"Sonhe muito, concretize mais".
Em início de uma nova etapa, quer seja ano, constitui momento especial para retrospetivar e perspetivar os objetivos e resultados alcançados, em momento único, a fim de conferir um novo ímpeto à sua caminhada progressiva, acompanhando assim a dinâmica de cada desafio.
Esta reflexão procura resgatar a importância do sonho como experiência de imaginação do subconsciente, em paralelo a perspetiva meramente ilusionista do sonho, até porque sendo o Homem ser pensante, a geração de ideias é alimentada pela sua vivência.
Como apanágio do foi referido, a orientação e predisposição para a sua operacionalização é o cerne desta reflexão, como mecânismo diferenciador dos Homens, sempre que os resultados colhidos das ideias implementadas, tornam-no melhor sonhador.
Pretende-se assim definir um percurso ou processo inclusivo e unidirecional que retrata este objeto, composto por três fases assentes numa lógica dedutiva, sendo duas das três fases os seus pontos críticos ou máximos e a terceira, a intermédia, a fase de alavancagem ou enabling entre os pontos máximos. Cada uma das fases gera sinergias que alimentam a fase seguinte, são elas: (1) o sonho, (2) a predisposição e (3) a ação.
O sonho é momento único de confluência de ideias, brainstorming, muitas vezes descoordenadas e conflituantes, carecendo por isso de um software ou lógica de tratamento dos dados assumindo certos pressupostos que derivam de critérios imbuídos na cultura e personalidade do indíviduo.
A predisposição é o momento crucial de validação da visão implícita ou explicitamente definida na fase 1. Exige um exercício mental de aceitação dos objetivos o que pode implicar uma remodelação comportamental ou adequação estratégica para assegurar consolidação entre as ideias e o sonhador. A inteligência emocional constitui assim fator diferenciador, agindo como filtro para afinar os objetivos ora validados.
Satisfeita a fase anterior inicia-se o momento decisivo de aplicação das ideias num contexto adverso, eixgindo para tanto pragmatismo e capacidade de negociação de forma a facilitar a aceitação supra e dilatação na base. Não basta ter-se boas ideias, o timming certo e modalidade de aplicação coroam a ação. O sucesso desta fase depende do nível de envolvimento e domínio nas fases anteriores, evitando-se rigidez, inflexibilidade e iminente colapso (bloqueio mental).
Em termos de distribuição de recursos dispendidos, dentre mentais e físicos, mantendo-se o resto constante, ocorrem simultaneamente pelas três fases sequenciadas embora com pesos distintos, onde o primeiro recurso cresce e o segundo varia na razão inversa.
António Sendi (articulista convidado)