27.8.13

 

O que têm em comum os novos dados sobre o défice e possíveis medidas de corte da despesa subsequentes, a série O Sexo e a Cidade, a página de fãs de apoio ao casal Kelly Baron e Pedro Guedes, ex-concorrentes do Big Brother Vip, A República de Platão e a entrevista feita pela Judite de Sousa ao jovem milionário Lorenzo?

É fascinante o universo da inFormação. Temos acesso ilimitado a um manancial de informação que nos poderia fazer criar as mais imprevistas e incríveis teorias, quiçá potencialmente transformadoras da vida, em algum domínio, sem que disso tenhamos consciência. Mas nós preferimos terceirizar a responsabilidade da inFormação, com suas inevitáveis decorrências.

Influenciamos e somos influenciados. De maneiras que, novamente, talvez não tenhamos consciência. Daí que o questionamento surge indispensável: qual o valor real da inFormação? Estaremos a dispensar, ociosamente, alguma coisa, em sua essência, mais relevante e fundamental, às expensas de uma integralidade horizontal aparente com nossos pares? É mesmo necessário seguirmos um trilho de ideias lavradas por outros?

Não sei como foi convosco, mas nas escolas que frequentei não me foi ensinado a pensar, de modo que eu me sinto, mais vezes do que desejaria, uma réplica ou um clone de algo ou alguém que, democraticamente, não escolhi ser. Contudo não posso deixar de estar grata ao sistema educativo, porque me facultou o ensinamento que considero mais estruturante: aprender a desaprender. É como uma espécie de puzzle: se eu souber identificar as áreas-chave incoerentes dos sistemas inFormativos, conseguirei rearranjar as peças criando um panorama que faça sentido. E essa é, sem dúvida, uma grande competência a adquirir.

Então, lá estava eu, debatendo com um amigo, a entrevista da Judite de Sousa ao jovem milionário Lorenzo, seguindo fielmente a corrente da informação que fazia manchete, até que me dei conta que a apresentação de argumentos em torno do tema não tinha qualquer valor inFormativo.

- “A sério?! Pensas mesmo que ela estava a demonstrar inveja pelo facto de ele ser um miúdo com milhões e ela só receber 20.000 € por mês?!”

- “ Ouve lá, e aquele jornalismo demagógico do “esmaguemos os ricos e vamos dar tudo aos pobrezinhos?”

- “ Olha, a época da monarquia e sua ostentação já acabou! É preciso ter consciência social! Em grande medida, é responsabilidade da classe política a existência da pobreza mundial.”

Muito interessante, de facto.

Pára tudo!

(“É sério! Tu pensas mesmo que ela estava com inveja por não poder carregar a mesma quantidade de diamantes ao peito.”) E, assim, eu tinha caído mais uma vez numa conversa que, francamente, não tinha qualquer importância. Tanta formação, tanta informação, tanta reflexão… talvez momentaneamente desperdiçadas!

Valha-nos o Youtube com músicas fantásticas que vamos descobrindo, e excelentes documentários.

 

Marta Silva (articulista convidada)


Link deste ArtigoPor Mil Razões..., às 06:00  Comentar

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