29.1.09


 


Há um velho provérbio português que diz que cão que ladra não morde.


Este provérbio, aplicado a quem fala em suicídio, poderá ser traduzido para: aquele que fala em suicidar-se, nunca o tentará.


 


Esta ideia poderá ser tranquilizadora para quem está próximo de uma pessoas que fala em colocar fim à sua própria vida. Com essa tranquilidade, poderá descansar e esquecer a importância e a gravidade incomodativa daquilo que ouviu, viu, ou percebeu.


 


Acontece porém que essa ideia, na maioria dos casos, não contém qualquer verdade.


De facto, em cada 10 pessoas que fazem uma tentativa de suicídio, pelo menos 8 delas deram sinais prévios dessa vontade. Muito raramente a decisão de um suicído é tomada repentinamente e executada de imediato. Os sinais podem ser muito explícitos e claros, mas também poderão ser bastante subtis.


 


Frases como: "Só me apetece desaparecer.", ou "Já não me importo mais.", mudanças de atitude, comportamento ou aparência, uma aparência deprimida ou taciturna, a preocupação em colocar os assuntos pessoais em ordem, ou dar objectos de estimação, assim como um aumento dos consumos de drogas ou de álcool, são sinais que deverão deixar-nos alerta.


Convirá que a nossa atenção fique desperta, que a nossa curiosidade funcione e nos leve a esclarecer a situação, com cuidado, mas sem medos.


 


Se, efectivamente, os sinais corresponderem a uma ideia de suicídio, convirá aproximar aquele que assim pensa, de uma ajuda. E essa primeira ajuda poderá ser um serviço de apoio emocional (a lista desses serviços, em Portugal, está neste blog, na coluna do lado direito).


 


FCC


 

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29.1.09


 


Os resultados do estudo (mais um), feito por uma equipa sueca, eram esclarecedores.

Dei por mim a acenar com a cabeça para cima e para baixo em sinal de concordância com este triste resultado.



O universo eram 3000 trabalhadores, homens, na faixa etária entre os 18 e os 70 anos e num período de 10 anos.

O estudo tinha um duplo objectivo: 1.º avaliar a competência e o carácter de quem geria o seu trabalho, vulgo, chefes; 2.º os efeitos no comportamento e na saúde desses trabalhadores.



Revelou o estudo que existia uma relação directa entre os problemas cardíacos graves, e os maus chefes.

Uma chefia incompetente é um factor de risco com mais peso nas doenças de coração do que o tabaco, ou a falta de exercício.



Que chefes temos?

Que chefes queremos?



A falta de saúde económica actual, transversal a todos os sectores desde o produtivo ao financeiro, deixará pouca margem para que os cargos de chefia sejam exercido com os aspectos básicos e fundamentais: competência, profissionalismos e bom senso.

Os lugares são cada vez mais escassos e não se podem dar ao luxo de os perderem. Estabelecem como prioridade número um o cumprimento dos objectivos impostos.

Estes objectivos, estabelecidos a contar com o ritmo alucinante de trabalho dos empregados, arranhando muitas vezes a sua saúde fisica e mental, ignoram uma verdade absoluta: maior satisfação no trabalho, maior produtividade.

Trabalhadores descontentes, desvalorizados e injustiçados, entram em stress, passam por estados de hipertensão, culminando, não raras vezes, nas baixas sucessivas e prolongadas.



Compete às estruturas definir objectivos exequíveis com um sadio ritmo de trabalho, concessão de regalias facilitadoras das condições de vida dos trabalhadores e limpeza dos departamentos e direcções, dos chefes incompetentes.

Talvez assim, a máxima,"o trabalho dá saúde" volte a ser verdade.



Cidália Carvalho


 

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28.1.09

 








 


Amou daquela vez como se fosse a última

Beijou sua mulher como se fosse a última

E cada filho seu como se fosse o único

E atravessou a rua com seu passo tímido

Subiu a construção como se fosse máquina

Ergueu no patamar quatro paredes sólidas

Tijolo com tijolo num desenho mágico

Seus olhos embotados de cimento e lágrima

Sentou pra descansar como se fosse sábado

Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe

Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago

Dançou e gargalhou como se ouvisse música

E tropeçou no céu como se fosse um bêbado

E flutuou no ar como se fosse um pássaro

E se acabou no chão feito um pacote flácido

Agonizou no meio do passeio público

Morreu na contramão atrapalhando o tráfego



Amou daquela vez como se fosse o último

Beijou sua mulher como se fosse a única

E cada filho como se fosse o pródigo

E atravessou a rua com seu passo bêbado

Subiu a construção como se fosse sólido

Ergueu no patamar quatro paredes mágicas

Tijolo com tijolo num desenho lógico

Seus olhos embotados de cimento e tráfego

Sentou pra descansar como se fosse um príncipe

Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo

Bebeu e soluçou como se fosse máquina

Dançou e gargalhou como se fosse o próximo

E tropeçou no céu como se ouvisse música

E flutuou no ar como se fosse sábado

E se acabou no chão feito um pacote tímido

Agonizou no meio do passeio náufrago

Morreu na contramão atrapalhando o público



Amou daquela vez como se fosse máquina

Beijou sua mulher como se fosse lógico

Ergueu no patamar quatro paredes flácidas

Sentou pra descansar como se fosse um pássaro

E flutuou no ar como se fosse um príncipe

E se acabou no chão feito um pacote bêbado

Morreu na contra-mão atrapalhando o sábado



Por esse pão pra comer, por esse chão prá dormir

A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir

Por me deixar respirar, por me deixar existir,

Deus lhe pague

Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir

Pela fumaça e a desgraça, que a gente tem que tossir

Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair,

Deus lhe pague

Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir

E pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrir

E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir,

Deus lhe pague


 


Composição: Chico Buarque


 


 

Tem, decididamente, a ver com auto-preservação: seria agonizante viver se nos deixássemos tocar por todas as histórias ao nosso redor, as tristes, diga-se, à falta de melhor palavra.

Com o rodopio em que facilmente tornamos as nossas vidas, nós no centro em perseguição de coisas felizes, é inevitável que tantos mundos nos passem ao lado, tipo meteorito – sem um raspãozinho sequer... Quando muito, atrapalham. Afinal, é humano, e não haverá dedo nenhum a apontar.

 


Ana A


 

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Link deste ArtigoPor Mil Razões..., às 13:14  Ver comentários (1) Comentar

22.1.09


 


A Fundação Bill e Melinda Gates ofereceu 7,5 milhões de Euros à Organização Mundial de Saúde (OMS), para que esta organização colabore com a UNICEF no sentido de investigar e desenvolver medicamentos especificamente para crianças.

A entrega pecuniária, vinda da Fundação reconhecidamente dedicada a casos desta natureza, sendo importante não é extraordinária.


 


Extraordinário foi saber que as crianças sofrem e morrem de doenças que podem ser tratadas e no entanto, segundo Carissa Etienne, subdirectora geral da OMS, não se dispõe de dados factuais essenciais para disponibilizar medicamentos adaptados às crianças.


Em mais de 50 por cento dos casos, os medicamentos prescritos para crianças, ou não foram desenvolvidos especificamente para elas, ou não têm eficácia e segurança garantidas nessa utilização.


 


Em todo o mundo, mil crianças de menos de cinco anos morrem por hora, 17 por cento das quais causadas por doenças diarreicas.

Neste caso, o tratamento óptimo consiste em administrar zinco e sais de re-hidratação oral. No entanto, um estudo recente mostrou que, de todos os medicamentos pediátricos, o zinco é o menos disponível e, quando existe, não está homologado para tratamento das diarreias.

Cabe então aos farmacêuticos preparar as doses adequadas, mas o zinco sabe mal e é difícil de administrar, sendo que para reduzir a mortalidade neste domínio tornam-se necessárias formas farmacêuticas fáceis de utilizar, agradáveis ao gosto e adaptadas.


 


A melhoria dos medicamentos essenciais para as crianças é um problema crítico de saúde à escala mundial, com enfoque nos países mais pobres.


 


E esta enh!?


 


Cidália Carvalho


 

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18.1.09

 


 


- Ser feliz. Esta é a resposta mais frequente à pergunta: - O que esperas desta vida? Ou à pergunta: - O que mais queres na vida?


 

Quando nascemos existem muitas promessas que nos são feitas, mas existe apenas uma que, com toda a certeza, vai ser cumprida - a de que iremos morrer.

Perante tal promessa, a procura constante e incessante da felicidade passa a ser o objectivo principal da nossa existência.

Começamos por procurar em grandes coisas, aquelas que se manifestam de uma forma exuberante, que nos deixam estarrecidos e sem fôlego mas não deixam de ser efémeras e passageiras.

Procuramos em momentos com significado, que com o tempo se tornam insatisfatórios. A nossa busca lança-nos em várias direcções, vários caminhos, sempre com o mesmo intuito - o de encontrar a nossa felicidade. Quantos caminhos foram percorridos até ao final? Quantos são apenas planeados? De quantos desistimos? E quantos foram um erro?

Com toda a determinação queremos que a felicidade esteja em determinado sítio, com determinada forma, e nunca deixa de ser com tristeza que nos consciencializamos que a felicidade não está quando queremos, como queremos e onde queremos.

 

A necessidade de sermos felizes é sem duvida o motor de todas as nossas acções, mas a vida prega-nos partidas. Passamos pelo tempo quase de uma forma indelével, com preocupações incrivelmente distantes da essência da própria felicidade. Vemo-nos absorvidos com o dia-a-dia de chegar aqui, passar por ali e ir acolá... De fazer isto e aquilo... E a vida passa.

 

Mas o que queremos é ser felizes e encontrar a felicidade...

Então, não deixa de ser sempre com surpresa quando, em determinado caminho, nos damos conta que somos felizes... E que já somos felizes há tanto tempo!!!

O aqui, o ali, o isto e o aquilo, cegam-nos, impedem-nos de ver com nitidez o que nos rodeia e de ver que já encontramos a felicidade num amor da adolescência, que dura até aos dias de hoje, ou naqueles olhares inocentes, incrivelmente característicos das crianças.

Talvez não necessitemos de procurar a felicidade, precisamos apenas de reconhecê-la quando já a temos.

 

Susana Cabral

 

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7.1.09

 


 


O Destak e a Lusa publicaram hoje uma peça sobre o sorriso dos portugueses. Diz que, comprovadamente, o sorriso dos portugueses vem a diminuir desde 2003.


 


Com falta de sorriso, e de riso, como estará o siso dos portugueses?


Como estará a nossa saúde emocional e mental?


 


FCC


 

Link deste ArtigoPor Mil Razões..., às 17:26  Ver comentários (3) Comentar

3.1.09

 



 


Iniciamos a saída do velho ano com os preparativos para a entrada do novo ano, com todas as esperanças de que este nos traga tudo, mas tudo, o que desejamos.

Por isso não podemos esquecer o que possa dar uma “mãozinha” à sorte, ornamentamo-nos com tudo e mais alguma coisa, seja de tradição, religião ou apenas superstição. A religião até pode ser cristã, muçulmana, budista, judaica ou qualquer outra de que nunca ouvimos falar, desde que isso signifique muita sorte.

Juntamos todas as pecinhas que fazem parte de uma longa tradição, passada de pais para filhos, mais aquelas que soubemos, ou de que ouvimos falar na fila para comprar o bolo-rei. E claro está, não esqueçamos as bugigangas que fazem parte da história das superstições.

 

Começamos logo na escolha das cores da farpelinha e temos a preocupação de abranger todos os campos: vermelho para a paixão e amor, branco para a paz, o azul claro para a saúde, o verde para mais isto, o preto para mais aquilo. Resultado final: a impossibilidade total de olhar para o espelho para nos certificarmos até que ponto conseguimos conjugar todas as cores de uma forma elegante.

Não podemos esquecer todas as recomendações e lá vamos nós sair de casa com uma peça de roupa interior azul clara, que conseguimos à última da hora numa loja ali mesmo ao lado do nosso local de trabalho. Acabamos o ano com o número abaixo e começamos o novo, um bocadito apertados, mas que importa isso perante a sorte que uma cueca azul, nova, nos possa trazer.

 

Aproxima-se a meia-noite e de repente tornamo-nos nuns verdadeiros malabaristas, numa mão doze passas que dividimos com outra peça nova de roupa que vamos vestir no dia seguinte, na outra mão seguramos o copo de champanhe e uma nota toda enrolada. Começamos, ao som das badalada, a comer as passas e a pedir os nossos desejos, empoleiramo-nos, precisamente à meia-noite, em cima de um banco, ou do que estiver mais a jeito (desde que seja alto) e no entretanto tentamos deitar fora uma coisa velha que guardamos no bolso para nos despedirmos do ano que acaba de passar.

Bebemos o líquido das borbulhas que se encontra no copo que seguramos todo este tempo sem saber bem como e depois de umas beijocas é com grande sorriso que gritamos “Feliz Ano Novo”.

 

E pronto, já está! Com todos estes rituais asseguramos que começamos o ano a fazer o que nos é possível para trazer a sorte até nós e permitir que este ano seja uma ano sensacional e muito feliz.

 

Do cimo da minha cadeira (de onde ainda não saí) desejo a todos um ano muito feliz.

 

Susana Cabral

 
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